O artigo deste blog foi escrito com base na leitura de um paper da autoria de “Kevin Hamilton, Christian Sandving, Karrie Karahalios, Motahhare Eslam” com o título:
“Um caminho para o entendimento os efeitos da consciência do algoritmo“
Com o crescimento das redes sociais e a relação cada vez mais próxima dos utilizadores com as aplicações de Social Media, tem se colocado inúmeras questões em relação ao papel dos algortimos. Este paper, foi escrito devido a uma questão levantada por um grupo de professores maioritariamente doutorados que estão envolvidos dentro da área da ciência de computação e que após uma pesquisa informal realizada pelo Facebook, revelou que grande parte dos utilizadores era ignorante em relação ao facto de grande parte da informação que é disponibilizada no feed de notícias é filtrada por esses algoritmos de forma a dar resposta ao interesse dos utilizadores. Assim sendo, o paper pretende analisar o estudo do Facebook e ao mesmo tempo avaliar o design que as plataformas tem de forma a esconder esta automatização. Por fim e para sustentar toda a análise, vão também analisar de que forma os comportamentos humanos relacionam-se com o algoritmo.
A forma com os algoritmos trabalham
A pergunta a colocar aqui é: “Quão conscientes estão os utilizadores sobre o papel dos algoritmos e os filtros nas suas fontes de notícias?“
Metodologia utilizada
Para a realização deste paper o método de investigação utilizado foi o método descritivo. Os autores procuraram dar resposta a um estudo realizado pelo Facebook, através da análise de comportamentos dos utilizadores, atitudes e intenções refletidas nesse artigo.
Perguntas de Pesquisa:
1. Como deve proceder um projeto de pesquisa sobre interfaces algorítmicas quando o acesso ao algoritmo real é limitado?
2. Onde, quando e como os utilizadores são informados sobre algoritmos?
3. Como a perceção se traduz em cognição e conhecimento do processo em questão?
4. Quão importante é o uso da cognição precisa?
De forma a dar resposta a estas perguntas de pesquisa, os autores tiveram três abordagens diferentes:
(1) pesquisa de utilizadores para determinara sua consciência dos processos de trabalho no seu consumo diário;
(2) expor processos algorítmicos ocultos aos utilizadores e então estudar os efeitos do conhecimento no uso;
(3) trabalhar com utilizadores para tentar deduzir os processos algorítmicos disponíveis, bem como as razões de design por trás deles.
Conclusões
De acordo com os autores, numa primeira fase, começaram por experimentar a combinação destas abordagens, obtendo alguns resultados iniciais que comprovam que pelo menos 25% os utilizadores de Facebook estão conscientes que os seus feed’s são selecionados ou filtrados. Na segunda abordagem descrita acima, os pesquisadores podem revelar os algoritmos em funcionamento através de uma determinada interface para os utilizadores, em seguida, estudar os efeitos do novo conhecimento sobre o uso. Dado ser necessário engenharia reversa e a sua complexidade e por um utilizador precisar de uma explicação completa de um processo para estabelecer confiabilidade, então revelar os processos do algoritmo por si só não seria suficiente. De forma a ter uma respota mais clara, utilizaram a terceira abordagem e fizeram uma analogia entre a imaginação das pessoas inquiridas através de um urbanista denominado de Kevin Lynch, que sugeriu a moradores inquiridos que desenvolvessem mapas dos seus ambientes. Com isto é possível perceber e a capacidade de criar uma “imagem cognitiva” e com isso entender o de que forma os utilizadores conscientizam com os algoritmos. Assim sendo, determinar o papel da visibilidade do algoritmo ou mesmo da compreensão na experiência do utilizador pode exigir uma atenção redobradas aos atos de visão e criação de sentido pelo utilizador, muitas vezes na ignorância sobre a precisão da imagem de um processo algorítmico de um utilizador.